segunda-feira, 2 de julho de 2012

PENSAMENTOS DE ELISABETE DA TRINDADE

Inabalável é minha confiança em tua divina Providência... Jesus, a ti me abandono por completo. 

A minha alma arde e queima com a tua chama incandescente e pura; ó Espírito Santo, consome-a no teu divino amor. 

Visto que é impossível impor a própria vontade aos outros sofrimentos, devo também convencer-me de que o sofrimento físico e corporal não passa dum meio, aliás precioso, para chegar à mortificação interior e ao pleno desapego de nós mesmos.

A caridade é indispensável. Reconhecemos o cristão pela caridade que ele revela.

Que alegre mistério a presença de Deus dentro de nós, nestes íntimos santuários de nossas almas, onde sempre podemos encontrá-lo, também quando experimentamos mais sensivelmente a sua presença!

Procuremos Jesus mediante a pureza de nossa fé.

Amo tanto a pureza deste mistério da Santíssima Trindade, pois é um abismo em que me perco! 

Deus tem desígnios que nem sempre compreendemos, mas que devemos adorar.

O abandono, eis o que nos recomenda a Deus. Quando tudo se complica, quando o momento presente é tão doloroso e o futuro me parece mais escuro, fecho os olhos e abandono-me como uma criança no braço daquele Pai que está nos céus.

Não há outro madeiro capaz, como o da cruz, de acender com grande intensidade na alma o fogo do amor! 

Mais do que a Eucaristia, parece-me que não há nada que nos possa dizer o amor que existe em Deus. É a união consumada, é ele em nós e nós nele. 

Como é lindo ser criança do bom Deus, sempre deixar que ele nos carregue, descansar no seu amor. 

Jesus é o meu tudo, o meu único tudo. Que alegria, que paz este pensamento proporciona a alma. 

A alma necessita de silêncio para adorar.

O sofrimento é algo tão grande e divino! Parece-me que, se os bem-aventurados no céu pudessem invejar-nos algo, invejar-nos-iam este tesouro. É uma alavanca tão poderosa no coração do bom Deus!
Jesus continua sempre vivo. Vivo no adorável sacramento do tabernáculo, vivo em nossas almas... Porque vive em nós, façamo-lhe companhia como o amigo faz com o amigo!

Quanto mais damos a Deus, mais Ele se dá a nós.

A vida do sacerdote, como a da carmelita, é um advento que prepara a Encarnação nas almas.

Com que paz, com que recolhimento Maria se aproxima de tudo e fazia todas as coisas! Assim como as coisas mais banais eram, também, por ela divinizadas! Em tudo e por tudo, a Virgem permanecia em Adoração ao bom Deus. E isto não a impedia de prodigalizar-se extremamente, quando se tratava de exercitar a caridade.

Visto que é o amor que une a alma a Deus, quanto mais intenso é o amor, mais ele entra profundamente em Deus e concentra-se Nele.

A alma que quer servir a Deus noite e dia no seu templo, quero dizer o santuário interior de que fala São Paulo quando diz: “O templo de Deus é santo e esse templo sois vós”, esta alma deve estar decidida a tomar parte, realmente, na paixão de seu Mestre.

A alma que vive unida a Deus não age senão sobrenaturalmente, e as ações mais corriqueiras, ao invés de separá-la Dele, aproximar-se-ão sempre mais.

Oxalá soubesses como o sofrimento é necessário para que se realize em tua alma a obra de Deus!

A meu ver a alma mais livre é aquela que mais esquece de si mesma. Se me perguntassem o segredo da felicidade, diria que consiste em não se preocupar mais consigo, desprendendo-o a todo momento. Eis uma boa maneira de fazer com que o orgulho morra. É como se o subjugássemos pela fome.

Vivamos de amor para morrer de amor e glorificar a Deus, todo amor.

Como é grande o meu desejo de reconduzir almas para Jesus! Daria a minha vida com a única finalidade de contribuir no resgate de uma daquelas almas que Jesus tanto amou.

A oração é tão poderosa no coração de Deus! Rezemos com perseverança, sem desanimar, mesmo que devêssemos morrer sem sermos atendidos.

O sofrimento é a escada que nos leva a Deus, ao céu.

O escapulário é o emblema de Maria. A alma que o traz consigo e que, bem atendido, envida todos os esforços para salvar-se, não pode cair no inferno, pois isto é impossível.

A Eucaristia é a plenitude transbordante do amor divino. Nela Jesus não nos dá apenas o seu mérito e as suas dores, mas totalmente a si mesmo.

Como é maravilhoso perder-se, desaparecer em Deus! Sente-se muito bem que não se é mais que instrumento, que é Ele quem age, que é tudo.

Unir, identificar a nossa vontade com a de Jesus: então somos sempre felizes, sempre contentes.

No céu não podemos mais sofrer por aquele que amamos. Por isso, aproveitemos agora cada um dos nossos sofrimentos para consolar nosso Dileto.

Tudo é delicioso no Carmelo: encontramos o bom Deus tanto na lavanderia como na oração. Ele se encontra por toda parte! Vivemo-lo, respiramo-lo.

Não ser senão um com o bom Deus, significa possuir o céu na fé, aguardando a visão face a face.

Não precisa parar diante da cruz e olhá-la como ela é; mas, recolhendo-nos na luminosidade da fé, é preciso subir mais alto e refletir que ela é o instrumento que obedece ao amor de Deus.

Jesus Cristo está sempre vivo em nós, sempre operante em nossa alma. Deixemos que ela nos construa e seja a alma de nossa alma, vida de nossa vida, a fim de que possamos dizer como São Paulo: “Para mim viver é Cristo”.

Compreendi que meu céu começa na terra, o céu da fé, com o sofrimento e imolação por Aquele que amo.

Como é belo dar quando se ama! E eu amo tanto esse Deus que é cioso em ter-me toda para si. Sinto tanto o amor que envolve a minha alma, É um oceano no qual mergulho e me perco.

Uma alma unida a Jesus é um sorriso vivo que o reflete e expande.

O orgulho alimenta-se do amor-próprio. Pois bem, é preciso que o amor de Deus tão forte, para apagar todo o amor de nós mesmos.



Parece-me que no céu minha missão consistirá em atrair as almas, ajudando-as a sair de si mesma para aderir a Deus, num impulso espontâneo e amoroso, e de mantê-las naquele grande silêncio interior, que permite que Deus se imprima nelas para que as transforme em si mesmo.

Tu bem sabes: sem Ti nada sou; mas, se tu me alentas, Senhor, serei capaz de todo o sacrifício.

No céu de nossa alma, sejamos louvores de glória da Santíssima Trindade, louvor de amor de nossa Mãe Imaculada. Um dia cairá o véu e seremos introduzidos nos templos eternos; lá cantaremos no seio do amor infinito e Deus nos dará o nome novo prometido ao vencedor.

É preciso amar as almas, procurá-las com verdadeira paixão, pois a beleza é grande.

Se nos fosse dado ver a beleza duma alma pura, acreditaríamos ter visto Deus.

Que fascinação experimento no sofrimento, quando o aceitamos e desejamos! Que abundante fonte de mérito! Não existe um caminho mais seguro do que a cruz. O próprio Deus a escolheu.

O Rosário é a corrente que nos une a Maria. Com a prática da recitação do rosário... Maria nos estende a mão. Maria dirige a nossa barquinha sobre as ondas agitadas desta vida... E temos a certeza que chegaremos ao porto da salvação eterna.

Deus em mim, e eu Nele – seja este o nosso lema.

Encontrei meu céu na terra, nesta querida solidão do Carmelo onde estou sozinha com Deus somente. Faço tudo com Ele e a tudo me dedico com uma alegria divina.

Qualquer limpeza, qualquer trabalho ou qualquer oração. Acho tudo belo e delicioso, porque é meu mestre que vejo por toda parte.

É lá, aos pés da cruz, que sentimos a confiança em Cristo. Todas as obscuridades, todos os nossos sofrimentos acabam prendendo-nos ao nosso único tudo. Purificam-nos a alma para conduzir-nos à união.

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